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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto:  http://www.jornaldepoesia.jor.br

JOSÉ JOAQUÍN PASOS

 

Joaquín Pasos Arguello ( Granada ,1914 - Manágua , 1947 ) foi um poeta, dramaturgo e ensaísta da Nicarágua. Membro do Movimento de Vanguarda da Nicarágua e seu poema mais representativo foi Canto de la guerra de las cosas .

Começou a escrever poesia desde muito jovem. Desde 1929 , com apenas 16 anos, integra o grupo "Movimiento de Vanguardia", que inclui, entre outros, José Coronel Urtecho , Pablo Antonio Cuadra , Manolo Cuadra , Alberto Ordóñez Argüello , Luis Alberto Cabrales e Ricardo José García González.

Pasos era o membro mais jovem do grupo e defendia a tendência que ficou conhecida como " Anti-Parnaso ", devido à luta decisiva contra as formas parnasianas prevalecentes nas cartas nicaragüenses da época. Em 1932 formou-se no Colegio Centroamérica.

Colaborou em várias publicações ligadas à vanguarda literária da época, como o jornal La Reacción , ou a revista humorística Los Mondays , onde alcançou notável popularidade. Em várias ocasiões foi preso por suas sátiras contra o ditador Somoza .

 

TEXTOS EN ESPAÑOL  - TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

24 POETAS LATINOAMERICANOS. Antología de poesía para nuevos lectores.  Caracas: CERLALC, 2004.  254 p   JOSE JOAQUIN PASOS  - Nicaragua – Poesia iberoamericana.  Ex. bibl. Antonio MIRANDA

 

 

Cuatro

 

Cerrando estoy mi cuerpo con las cuatro paredes,
en las cuatro ventanas que tu cuerpo me abrió.
Estoy quedando solo con mis cuatro silencios:
el tuyo, el mío, el del aire, el de Dios.

 

Voy bajando por mis cuatro escaleras,
voy bajando por dentro, muy adentro de yo,
donde están cuatro veces cuatro campos muy grandes.
Por dentro, muy adentro, ¡qué ancho soy!

 

Y qué pequeña que eres con tus cuatro reales,
con tus cuatro vestidos hechos en Nueva York.
Vas quedando desnuda y pobre ante mis ojos;
cuatro veces te quise; cuatro veces ya no.

 

Estoy cerrando mi alma, ya no me assomo a verte,
ya no te veo el aire que te diera mi amor;
voy bajando tranquilo con mis cuatro cariños:
el otro, el mío, el del arte, el de Dios.

 

 


Canto de guerra de las cosas
fragmentos

 

 

Cuando lleguéis a viejos, respetaréis la piedra,
si es que lleguéis a viejos,
si es que entonces quedó alguna piedra.
Vuestros hijos amarán al viejo cobre,
al hierro fiel.

Recibirás a las antiguos metales en el seno de vuestras famílias,
trataréis al noble plomo con la decencia que corresponde  
a su carácter
dulce;
os reconciliaréis con el zinc dándole un suave nombre;
con el bronce considerándolo como Hermano del oro,
porque el oro no fue a la guerra por vosotros,
el oro se quedó, por vosotros, haciendo el papel de niño mimado,
vestido de terciopelo, arropado, protegido por el ressentido acero...
Cuando lleguéis a viejos, respetaréis al oro,
si es que llegáis a viejos,
si es que entonces quedó algún oro.

***

 

Somos la orquídea del acero,
florecimos en la trinchera como el moho sobre el filo de la espada,
somos una vegetación de sangre,
somos flores de carne que chorrean sangre,
somos la muerte recién podada
que florecerá muertes y más muertes hasta hacer un inmenso
jardín de muertes.

 

(...)

He aqui la ausencia del hombre, fuga de carne, de miedo,
días, cosas, almas, fuego.
Todo se quedó en el tiempo.  Todo se quemó allá lejos.


TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de Antonio Miranda

 

Quatro

 

Fechando estou meu cuerpo com as quatro paredes,
pelas quatro janelas que teu corpo me abriu.
Estou ficando só com meus quatro silêncios:
o teu, o meu, o do ar, e o de Deus.

 

Vou descendo por minhas quatro escadas,
vou descendo por dentro, pelo mais adentro de mim,
onde estão quatro vezes quatro campos enormes.
Por dentro, bem adentro, como eu sou amplo!

 

E que pequena que és com teus quatro reales,
com teus quatro vestidos feitos em Nova Iorque.
Vais ficando nua e pobre diante de meus olhos;
quatro vezes eu te quis; quatro vezes não mais.

 

Estou fechando minha alma, já não apareço para ver-te,
não vejo mais o ar que meu amor te brindou;
vou descendo tranqüilo com meus quatro afetos
o outro, o meu, o da arte, e o de Deus.

 

 

Canto de guerra de las cosas
fragmentos

 

 

Quando atingires a velhice, respeitarás a pedra,
se é que atingirás a velhice,
se é que ainda restou alguma pedra.
Teus filhos cultuarão o velho cobre,
o ferro fiel.

Receberás os antigos metais no íntimo de suas famílias,
tratarás o nobre chumbo com a decência que corresponde 
ao seu carácter
delicado;
reconciliarás com o zinco dando-lhe um delicado nome;
con o bronze considerando-o como Irmão do ouro,
porque o ouro não foi à guerra por vocês,
o ouro permaneceu, por vocês, fazendo o papel de adolescente
mimado,
vestido de veludo, arroupado, protegido pelo ressentido aço...
Quando atingirem a velhice, respeitarão o ouro,
se é que chegarão a ser velhos,
se é que ainda restou algum ouro.

***

 

Somos a orquídea de aço,
florescemos na trincheira como o mofo sobre o fio da espada,
somos uma vegetação de sangue,
somos flores de carne que jorram sangue,
somos a morte recém podada
que florescerá mortes e mais mortes até criar um imenso
jardim de mortos.

 

(...)

Aqui está a ausência do homem, a fuga da carne, do medo,
dias, coisas, almas, fogo.
Tudo ficou no tempo.  Tudo se queimou lá longe.

 

 

*

 

 

 

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Página publicada em julho de 2021

 


 

 

 
 
 
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